quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Argumento Pós-graduação-Psicopedagogia-Educação e Conteporaneidade.

AUTO-ANÁLISE (EPISTEMOLOGICA E PEDAGÓGICA) A PARTIR DOS REFERENCIAIS DO TEXTO E REFLEXÃO SOBRE A RELAÇÃO DESSES SABERES NA ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA:

Diante das referencias às diferentes pedagogias e epistemologias, onde essa trata da relação sujeito – objeto considero que somos, nós educadores, em sua maioria, fruto de uma epistemologia essencialmente empirista seja nas relações formais ou nas informais. A Epistemologia Empirista esteve e/ou está presente nas diferentes relações do dia-a-dia, seja em instituições como as igrejas católicas, seja em repartições de trabalho ou na escola.

Assim, fomos semeados em diferentes meios, os quais utilizavam de práticas similares. Na escola, o professor monopolizava a fala, na igreja o Padre, e no trabalho o chefe; a estes deveríamos copiar escutar e obedecer, questionar/participar era comportamento “proibido”, silenciar mesmo sem entender, era palavra de ordem.

Mudar esse quadro era o anseio de alguns militantes como o nosso glorioso Paulo Freire, mas poucos, porém poderosos, controlavam o sistema para conservar esse quadro de reprodução da ideologia, reprodução do autoritarismo, da coação, da heteronomia, da subserviência, do silêncio, da morte da crítica, da criatividade, da curiosidade... E, portanto, da determinação do sujeito pelo objeto. A escola por sua vez era a instituição utilizada pelo sistema para disseminar esse tipo de Epistemologia. Com o passar dos anos surgiram outras (Apriorista e Relacional), as quais sustentam as pedagogias presentes, algumas com mais freqüência que outras, em diversas instituições educacionais.

A Pedagogia Diretiva (respaldada pela Epistemologia Empirista) é a que mais perdurou e persiste até hoje nas salas de aula, da qual sou em grande parte, fruto. A Pedagogia Não-Diretiva (sustentada pela Pedagogia Apriorista) também esteve presente nas práticas de alguns professores que passaram por mim, estes por sua vez renunciavam o seu papel principal, deixando a aprendizagem a cargo do processo de maturação. No final do processo estudantil (nível médio) tive ainda algumas oportunidades de fazer parte de uma Pedagogia Relacional, a qual se fez presente em alguns momentos do meu percurso de graduação.

Contudo, hoje, sendo professora, mesmo tendo passado por este processo, não acredito no mito da transmissão, não penso que a forma que me ensinaram é a mais adequada e forma cidadãos. E não se trata somente de crenças pessoais, os dados de diversas pesquisas e estudos mundiais e internacionais comprovam. Não muito distante nossos colegas mais próximos confirmam, quando são subservientes, cumpridores de ordens sem questionar o significado das mesmas, incapazes de criar soluções para seus próprios problemas... E ainda de exercer a sua cidadania.

Vejo, diante desse cenário, que a atuação do psicopedagogo se torna reveladora quando realiza “descobertas” de uma das persistentes causas das dificuldades de aprendizagem nos estudantes, que são as pedagogias e epistemologias presentes nas salas de aulas, ou seja, as metodologias que subjaz a não-aprendizagem de milhares de alunos.

Dessa forma, confirma-se a validade do trabalho do psicopedagogo para diagnosticar e prevenir possíveis entraves na aprendizagem, assim como sinalizar a urgência do rompimento, pelos professores, com práticas metodológicas que impedem muitos estudantes de se apropriar dos seus direitos de cidadãos, como por exemplo, o de ler e escrever. Estes “devem” urgentemente rever o seu papel de professor e sair apenas do discurso progressista e vive-lo em sua prática. Os estudantes têm esse direito. A sociedade atual clama por essa mudança de visão, de práticas. É urgente fazermos a diferença, semearmos novos frutos e construirmos uma geração com uma nova história.

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